O gesso é um aglomerante produzido a partir da gipsita (também denominada por pedra de gesso), composto basicamente de sulfato de cálcio di-hidratado. Historicamente foi utilizado como ligante em povos da Antiguidade que ocupavam zonas com climas secos, tais como o Egipto ou a Fenícia.
Processo de fabrico Após a extração da pedra de gesso, este material é britado, ou seja, é fragmentado mecânicamento formando pequenos pedaços de pedra. É feita em seguida a calcinação desses mesmos fragmentos num forno rotativo a cerca de 160°C. Neste processo o material perde água, formando assim sulfato de cálcio semi-hidratado (CaSO4 ½ H2O). Uma vez calcinado, o material é moído formando o característico pó branco que é comercializado. No Brasil é amplamente extraído no município de Grajaú, no Maranhão, considerado um dos maiores produtores de gesso e derivados do mundo. O pólo gesseiro do Araripe Pernambucano tem uma reserva estimada de 22 bilhões de toneladas de gipsita, uma das reservas mais expressivas do mundo e a maior já medida no Brasil. [editar]Utilização em Construção Civil O gesso é um material muito utilizado em construção devido às suas propriedades de aderência. A sua maleabilidade fazem da argamassa deste ligante um bom material para a execução de pormenores decorativos em paredes e tectos, assim como fazer o estuque que reveste as paredes. É um bom isolante térmico e acústico devido ao facto de ter uma baixa condutividade térmica e um elevado coeficiente de absorção acústica. Contudo, a sua fraca resistência quando posto em contacto com água, faz do gesso um mau material para ser utilizado em exteriores. É também utilizado como barreira corta-fogo, pois como tem um baixo coeficiente de conductibilidade térmica, impede que o fogo alastre a outras zonas do local onde o gesso está aplicado, normalmente em habitações; para além do baixo coeficiente de conductibilidade térmica possui ainda a característica de libertar água quando exposto ao calor do fogo (calcinação a 160°C). O gesso pode ser aplicado como sanca, moldura, barrado, rodapé, rebaixamento de teto e como contorno em volta de batentes de portas e janelas. O gesso também pode ser aplicado direto na parede de bloco de tijolo sem as etapas do chapisco, reboco, massa fina e massa corrida.(neste caso a parede deve ser previamente preparada para o seu uso,para se obter boa qualidade no resultado final). É conhecido popularmente como "gesso liso". Quando aplicado direto na parede fica com um acabamento fino semelhante ao da massa corrida. O gesso também é utilizado como piso protetor de porcelanatos granitos e outros pisos sensíveis, com a utilização de estopa lona plástica e gesso por cima para trafego pesado e médio. [editar]Gesso cartonado Uma das grandes utilizações do gesso é na produção de placas de gesso cartonado, conhecido como Pladur® ou Placoplatre® (marcas que comercializam este tipo de material). Estas placas têm características que lhes são atribuídas através de aditivos, e podem ser distinguidos através da cor das placas. Branco - normal Rosa - corta-fogo (contém fibra de vidro) Verde - resistente à água (adição de um polímero de silicone) É também utilizado para o isolamento acústico (perfurado), resistente ao choque, isolamento térmico (adição de uma placa de poliestireno expandido). [editar]Utilização na medicina O gesso é frequentemente utilizado no auxílio do tratamento de fracturas ortopédicas. Alguns críticos opõem-se a esta prática defendendo que o gesso pode constituir um potencial perigo para a saúde ao aparentemente potencializar o desenvolvimento de microrganismos. [editar]Utilização em Enologia O gesso é utilizado na produção de vinho com o efeito de fazer precipitar materiais em suspensão na mistura. Há evidências do surgimento de sua utilização em vinícolas na Europa , com maior incidência em sítios arqueológicos datados de aproximadamente 6 500 a.C. Alguns escritos gregos do filósofo Plínio, o Velho descrevem como a população da época utilizava o gesso parcialmente desidratado e um tipo de cal com o propósito de diminuir a acidez da bebida. O escritor grego Teofrasto é a mais antiga fonte conhecida a descrever esta prática de vinificação entre os gregos antigos. [editar]Utilização do Gesso na Arte O gesso é utilizado como fabricação de moldes de vasos,tanto como estátuas de gesso. Conceito Geral Em Roma, a partir dos conhecimentos utilizados na Grécia, onde o gesso foi utilizado em belos revestimentos decorativos e na estatuária para interiores, foram criadas escolas de arte decorativa que desenvolveram as técnicas de produção e utilização de gessos. Guardaram ciosamente esses conhecimentos como conhecimentos profissionais, durante muitos séculos, e formaram uma verdadeira elite de artistas: Mestres das Artes do Stucco. Ainda no séc. XVI, para decoração das câmaras reais do Palácio Fontainebleu, em França, foram chamados artistas italianos que consentiram em ser assistidos por escultores franceses. Um dos segredos referidos, era a aplicação de pó de mármore e a utilização de diversos tipos de gesso de alabastro. O Estuque em Portugal Argamassa fruto da adição de gesso com água e um aditivo retardador de uma secagem demasiadamente rápida, a cal, o uso do Estuque como revestimento decorativo ou material de modelação é milenar na civilização mediterrânea. Face à escassez de pedra e de madeira, egipcios, romanos e árabes usaram-no como revestimento dos interiores dos edificios mais nobres, devido ás suas caraterísticas plásticas e baixo custo. Caído em desuso após a queda do mundo antigo, reapareceu em Itália do Renascimento e Maneirismo, para atingir o seu esplendedor com o Barroco. Em Portugal existem vestígios arqueológicos em ruínas romanas (Marco de Canavezes) e ruínas de origem Árabe (Mértola Islâmica). O impulso da Arte do Estuque foi dado com a vinda de Giovanni Grossi, protegido de Marquês de Pombal que foi o responsável pela Aula de Estuque e Desenho na Real Fábrica de Sedas, ao Rato (em Lisboa) entre 1764 e 1777. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX FORROS DE GESSO ACARTONADO Placa de reboco ou dry wall é uma tecnologia que substitui as vedações internas convencionais (paredes, tetos e revestimentos) de edifícios de quaisquer tipos, consistindo de chapas de gesso aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado. Esta tecnologia já é utilizada na Europa e nos Estados Unidos há mais de 100 anos e no Brasil este sistema veio ganhando espaço nos últimos anos em função da instalação em nosso país de três grandes fabricantes europeus do sistema: LAFARGE (francesa), PLACO (francesa) e KNAUF (alemã). O sistema dry wall consiste numa edificação de paredes de gesso que são mais leves e com espessuras menores que as das paredes de alvenaria. São chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão. Tais sistemas são usados somente em ambientes internos das edificações, para os fechamentos externos, o sistema deverá utilizar perfis de aço estruturais (steel frame) e chapas cimentícias (resistentes à ação de ventos e chuvas). O método está sendo muito utilizado na construção civil, principalmente para áreas comerciais. As paredes de gesso dry wall permitem instalações elétricas e hidráulicas através do sistema de fixação a polvora em tetos ou aparafusadas em perfis de aço galvanizado. Além disso, adaptam-se a qualquer estrutura, como aço, concreto ou madeira. A montagem do sistema dry wall é fácil, com redução de prazo de entrega e, consequentemente, custos menores. Com o sistema, há um ganho de área útil que pode chegar a 4% a cada 100 m² e as paredes têm superfície lisa e precisa, diminuindo custos na preparação da superfície para a pintura. Como as paredes são mais leves que o sistema de alvenaria tradicional, o sistema de parede de dry wall mais simples (W-111 que corresponde a uma linha de perfil e uma chapa de cada lado) pesa cerca de 25Kg contra 150 kg de uma parede de alvenaria, consegue-se com a utilização deste sistema uma redução no custo das fundações e estruturas da edificação. As chapas de gesso devem ser produzidas de acordo com as seguintes Normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas): NBR 14715:2001, NBR 14716:2001 e NBR 14717:2001.